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Já descobrimos que temos um ancestral comum com os Chimpanzés e que nossa diferença genética é em torno de 1%. Agora vamos conhecer mais um pouco nossas diferenças?

O Homem é um Macaco


Quais são nossas exclusividades?
            Existem dois tipos de características que permitem distinguir o homem de outras espécies de animais: as anatômicas e as culturais. As anatômicas são aquelas relacionadas com as formas dos ossos e órgãos do corpo. Das culturais trataremos mais adiante.



Características anatômicas
            As características anatômicas utilizadas para distinguir o homem de outros animais normalmente são aquelas relacionadas ao sistema ósseo e dentário. Isso porque, quando vamos comparar o homem com outros animais que já existiram sobre a Terra, temos à nossa disposição apenas os registros que nos deixaram e, normalmente, são registros fossilizastes de ossos e dentes.
            Cabe ressaltar que homens e macacos (gorila, chimpanzé, orangotango) possuem os mesmos ossos e músculos. O que os distingue são diferenças na sua forma de organização.
O que as moléculas dizem
            Na década de 70, experimentos realizados na Universidade da Califórnia acarretaram um problema muito sério para as aspirações humanas de espécie única e superior.
            Esses experimentos mostraram que a diferença na constituição química entre as células do homem e do chimpanzé é mínima. O mesmo resultado foi obtido, posteriormente, quanto as moléculas de DNA. Ou seja: geneticamente, homem e chimpanzé são muito parecidos, muito mais do que morfológica e anatomicamente poderiam parecer.
            Na realidade, as diferenças são tão pequenas que, se fossem seguidos à risca os princípios taxonômicos de classificação evidenciando o parentesco entre espécies, homem e chimpanzé estariam no máximo colocados no mesmo gênero, como espécies irmãs, e não em gêneros diferentes, como ocorre hoje. Vejamos:

Homem
Chimpanzé
Gênero
Homo
Pan
Espécie
sapiens
troglodites


Desenvolvimento e neotenia
            Chamamos de desenvolvimento a sequência de eventos que se inicia com a fecundação e termina com a formação do corpo adulto. No caso dos mamíferos, e consequentemente dos primatas, ocorre um período do desenvolvimento no interior do útero materno.
            Podemos dividir os mamíferos em dois grandes grupos com relação ao nascimento. No primeiro grupo, tido como primitivo, a gestação é curta e os filhotes nascem prematuros (pequenos, indefesos, sem pêlos e com ouvidos e olhos fechados). No segundo grupo, tido como avançado, os filhotes possuem gestação e vida longas, cérebros grandes e a ninhada é reduzida. Ao nascerem, os filhotes são bem desenvolvidos e, pelo menos em parte, capazes de se cuidar.
            Os primatas, de modo geral, se enquadram bem no grupo avançado. No entanto, nós, humanos, apesar de compartilharmos grande parte de suas características, somo completamente indefesos e mal desenvolvidos ao nascer. E demoramos muito tempo para atingir nossa autonomia.
            Necessitamos de um período pós-parto muito longo para completar nosso desenvolvimento. Um exemplo bastante evidente é o cérebro. Quando nascemos, ele possui apenas 23% de seu tamanho final previsto, e só atingirá a totalidade depois de o individuo estar sexualmente maduro, no final da adolescência.
            Os macacos nascem com 70% do cérebro já desenvolvido. O chimpanzé, por exemplo, terá o desenvolvimento do seu cérebro praticamente concluído seis meses após o nascimento.
            Assim como nosso cérebro, várias outras estruturas humanas se desenvolvem muito lentamente, se comparadas ao desenvolvimento dessas mesmas estruturas em macacos. O nosso sistema ósseo, por exemplo, sé estará completamente estruturado e ossificado por volta dos vinte anos de idade.
            Dessa maneira, é como se nós, humanos, fôssemos, ao longo da vida, macacos que permaneceram na fase de infância ou mesmo embrionária. Ou criança que desenvolvem características reprodutivas. A impressão que se tem é a de que nosso desenvolvimento foi, retardado, um desenvolvimento mais lento.
            Esse processo é bastante conhecido em algumas espécies de animais, e é chamado de neotenia. Em termos gerais, podemos definir nossa neotenia como um processo pelo qual certas características infantis ou juvenis são manifestadas e prolongadas na fase adulta.

O que determina o desenvolvimento no homem?
            A determinação da forma do embrião e o tempo para que cada característica apareça no corpo são informações genéticas, contidas nas moléculas de DNA.
            Um dos grandes avanços da ciência nos últimos anos está sendo descoberta dos genes que controlam o desenvolvimento embrionário. Esses genes são chamados master genes ou genes controladores. Eles controlam o funcionamento de outros genes (os genes estruturais e os metabólicos) que, por sua vez, garantem o funcionamento e a estrutura das células e, consequentemente, do corpo.
            O que se descobriu é que as mutações nesses genes controladores causam mudanças drásticas em todo o organismo. O exemplo mais estudado é o das moscas nas frutas (drosófilas). Nesses insetos, alterando-se alguns genes controladores durante o desenvolvimento embrionário, é possível produzir uma mosca adulta com patas no lugar de antenas.
            Quando comparamos o homem e os macacos do Velho Mundo (chimpanzé e gorila), ficam evidentes as diferenças no desenvolvimento. Uma possível explicação para esse fato seria a existência de diferenças no modo de atuação de alguns genes controladores do desenvolvimento embrionário.
Essa explicação conciliaria dois fatos bem observados e, aparentemente, contraditórios: por um lado, as diferenças anatômicas e morfológicas entre o homem e esses macacos, e, por outro lado, a grande semelhança gênica entre eles.
Imaginando algumas mutações em um ou outro master gene, podería-mos detectar as diferenças observadas no individuo adulto.
No entanto, não podemos imaginar que isso tenha ocorrido do dia para a noite. Tanto as mutações nos genes controladores quanto a permanência dessas mutações na espécie humana foram frutos de um alento processo, em que o ambiente e suas condições atuaram de forma decisiva.
Fonte: Montanari, Valdir; Cunha, Paulo. Evolução do bicho-homem. São Paulo: Moderna, 1999. p. 32-36.

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Professora do Ensino Fundamental I da rede particular de ensino de Uberlândia-MG. Esse blog tem por finalidade divulgar os projetos que vem sendo desenvolvidos com minhas turmas desde Abril/2010.